quinta-feira, 23 de setembro de 2010

As Leis da Física

    As leis da Física não podem ter criado o Universo porque as leis da Física só podem existir dentro de um Universo preexistente. Não faz sentido atribuir a criação de um objeto a um elemento que depende do próprio objeto para existir. Por exemplo, a força de gravidade atinge o equilíbrio “térmico” em uma dada região do Universo, e, a partir daí, molda a região do Universo ao seu redor. Mas esta força só pode existir dentro do Universo preexistente.

    As leis da Física, conforme o enunciado que se lhe dão, não são estáticas, podem mudar. Por exemplo, em situações extremas como em uma grande explosão do tipo big bang. Novas evidências mostram que algumas constantes tradicionais da Física não são constantes mas variam, são “variáveis”. A teoria de João Magueijo sobre a variabilidade da velocidade da luz é um exempo de que o Universo pode ser mais complicado do que se imagina.

    Assim, dada a mutabilidade do Universo, inclusive com intervenção de seres inteligentes, faz com que o Universo seja um conceito complexo, e, assim, todo discurso sobre o Universo também tem de ser a fortiori complexo. Discurso simples não consegue explicar objeto complexo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Universo e Sua Origem ou Criação

     Eu acredito que o Universo sempre existiu. Não consigo imaginar um início do Universo, a não ser, por convenção; início relativo a uma linguagem, e linguagem imperfeita. Esta posição, a de Universo sem início, não é a defendida  pela maior parte dos cientistas, nem  pela Igreja. Big bangs, se existirem, existem dentro do Universo, não podem criá-lo.

     Toda questão sobre a origem do Universo só pode ser definida dentro de uma linguagem, e, a partir da adoção de uma teoria sobre o início, ou de falta de início, cria-se uma nova linguagem.  Parece que as pessoas se sentem confortáveis com a idéia de que o Universo tenha um início. Mas  a afirmação de que o Universo tem um início, não só não resolve o problema de se conhecer o Universo, como cria outro problema, o de explicar a causa e o causador do início do Universo.  Um Universo sempre existente prescinde de uma causa e de um causador para o seu início.

     Se houvesse um início, onde ficava o Criador no Universo no momento da criação? Não pode ficar dentro, pois como pode ter criado o Universo dentro do próprio Universo? Veja bem que o Criador pode moldar, dar forma, conduzir, comandar, criar partes dentro do Universo. Também não pode ficar fora do Universo, pois como poderia ter entrado do Universo, a ponto de viver nele, e também seu Filho? Mesmo porque, a parte de fora do Universo em que estava também era algum lugar, e, portanto, deve, numa linguagem racional, fazer parte do Universo.  Assim, a idéia de um início do Universo praticamente exclui a idéia de um Criador.

    A afirmação de que o Universo prescinde de um Criador, sendo que um Criador existe, é totalmente ilógica, incoerente, arrogante e imprecisa, pois o Criador existente não pode ser ignorado, nem eliminado, e, além disso, é justamente o Criador que determina a linguagem que define o significado do termo criação. Se inexistente, inventa-se facilmente um. Neste caso, neste contexto linguístico, a Criação pode ter um início.

    Não se pode desconsiderar uma parte do Universo e continuar a chamá-lo de Universo. A parte está contida no todo; e uma parte estrita está contida e é diferente do todo.

   Outra acepção do termo do termo criação ainda é possível, a da criação de algo parcial, não universal. Porém, neste caso, não se está a falar em Universo.  A Bíblia diz que Deus criou os céus e a terra, e que criará novos céus e nova terra. Creio que se trate de parte do Universo.

sábado, 4 de setembro de 2010

O Universo

     O conceito de criação do Universo deve ser entendido no sentido de transformação e modelamento, de moldar, e não no sentido de criação a partir do nada. Assim, a idéia de um Criador é plenamente verossímil, ainda mais diante do testemunho da existência humana, que sendo transformador e modelador do seu entorno, tem potencial para ser transformador e modelador de outros astros do Universo.  Por mais tempo que isto leve, diante da finitude material, embora não espacial, do Universo,  a idéia de transformação e modelamento faz-se natural.

     A partir do instante que um ser inteligente transforme e modele o Universo, este passa a ser ser imediata extensão da sua inteligência, e inextricável da sua personalidade.  A partir desse instante, todo o discurso razoável passa a ser refrátário à frases que dissociem o Criador do Universo criado. Por exemplo, não faz sentido, nesse contexto, frases como “O Universo existe sem o Criador”. Ora, o Universo só é Universo com o Criador, pois foi formado por Ele. Como se referir ao Universo sem o Criador?  Impossível dentro da atividade racional.