terça-feira, 22 de junho de 2010

O Problema da Avaliação

    Quem avalia o avaliador?  Quem colocou o avaliador na posição de avaliador? Quem não avalia corretamente pode ser chamado de avaliador? O que é avaliar corretamente?

    Consideramos o problema da avaliação  no contexto do desenvolvimento social, econômico e cultural, com ênfase no econômico. Podemos considerar avaliação de alunos ou avaliação de candidatos concorrentes a um cargo por meio de concurso público. Nestes dois casos, nota-se a importância para o desenvolvimento de um País. Alunos com mais alto potencial de aprendizagem promovidos, candidatos com mais alto potencial de trabalho aceitos para trabalhar no serviço público.

    Avaliação de desempenho é um problema complexíssimo. Existe toda uma bibliografia ‘ultra-especializada’ que versa sobre este assunto, que inclui textos de Matemática, Estatítica, Psicometria, análise estatística para tomada de decisões em Educação e Psicologia.

    Consideremos o problema da avaliação. Se a avaliação for feita com comparação a um modelo absoluto, então que modelo é esse? Não há nenhum modelo perfeito disponível de fácil aplicação e unânime que possa ser utilizado. O único padrão que existe é o padrão bíblico, que não é unânime, não é de fácil aplicação, e depende de interpretação muito sofisticada.  Se a comparação for feita pela média, que população vai ser avaliada para se obter a média? Mesmo que isto seja feito, como o conhecimento é um processo dinâmico, então ao ser tirada uma média para padrão, quem garante que este padrão ainda seja válido para a avaliação?  Além do mais, existem muitas outras estatísticas que deveriam ser consideradas: médias de subgrupos, desvio padrão, erro padrão, variância, proporção, etc. Há modelos e métodos estatísticos complexíssimos que não são aplicados adequadamente, isso para não dizer que não são entendidos e nem estudados, embora sejam essenciais para a tomada de decisões.

    A conclusão a que chego é que toda avaliação humana contém uma alta dose de subjetivismo do avaliador, o que resulta prejuízos irreparáveis para o sistema educacional, para o Estado, e para a carreira de muitos alunos e profissionais.

   Sugestões para avaliação:

     (1) Mais rigor para disciplinas de cursos de formação de profissionais com mais responsabilidade para com a vida de pessoas, tais como a maioria dos cursos de Engenharia, Direito e Medicina.  (1’) Mais rigor para mais responsabilidade, menos rigor para menos responsabilidade.

     (2) Menos rigor para disciplinas de cursos de formação de profissionais com pouca responsabilidade para com a vida de pessoas, tais como os cursos de Matemática, Economia, Física, Biologia, Filosofia, Artes.

     (3) Tão importente quanto o desempenho é o potencial de desempenho.

     (4) Grupos o mais homogêneo possível. Para grupos heterogêneos, o design de experimentos por métodos estatísticos para se proceder à avaliação tem de ser suficientemente sofisticado para identificar e tratar adequadamente as heterogeneidades do grupo.

     (5) Segurança na avaliação. A avaliação deve ser suficiente criteriosa para avaliar corretamente. Evitar que ocorra baixo conceito para pessoa de alto potencial ou alto desempenho, ou alto conceito para pessoa de baixo potencial ou baixo desempenho.

    (6) Avaliação para que a pessoa corrija os seus defeitos comportamentais.

    (7) Avaliação para melhora de desempenho.

    (8) Avaliação para que a pessoa  procure atividades apropriadas às suas capacidades.

    (9) A avaliação deve ser feita nas melhores condições possíveis para se evitar alterações de desempenho. Mínimo de barulho, aromas estranhos, boa iluminação, tempo suficiente para resolução de questões, ambiente bem ventilado, ausência de interferências sensíveis além do absolutamente necessário, materiais necessários para resolução de questões).